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27 de novembro de 2023 | Blog

Voltando aos Anos 1970?

“Maverick… esse era meu sonho de infância. O brilho nos olhos de uma criança…” Quase posso ouvir o rock, com pegada blues, da grande Banda Boomer. Aquele Mavericão bebia mais que o dono, mas valia a pena. “Life is too short to drive boring cars.” 

Há homens à frente do seu tempo. Nietzsche, por exemplo, se autodeclarava um filósofo póstumo. Sabia que as pessoas não estavam preparadas para ouvir coisas como “além do bem e do mal”, “o anticristo”, “Deus está morto” em meados do século 19. Seria julgado pelo tempo. Hoje, é o grande filósofo da burguesia.

E há homens atrás do seu tempo. Certamente, estou no segundo grupo. Um corpo de 1982, numa alma de, pelo menos, quinze anos a mais.

Previsões são sempre difíceis. Principalmente sobre o futuro. Para tentar olhar adiante, só podemos nos apoiar na observação histórica. Ainda que imprecisa, somente ela pode servir-nos de guia. Tenho essa tendência a olhar para trás. Como diz Mark Twain, a história não se repete, mas rima. Ou como diria Cazuza, o caminho é escuro e frio, mas também bonito, porque é iluminado pela beleza do que aconteceu minutos atrás.

Talvez nem todos tenham percebido, mas ao mesmo tempo em que revolucionamos o mercado condominial com a tecnologia avançada de nossa época, a inadimplência (velha conhecida de nossos síndicos), já desponta em nosso para brisas.

Tal qual na década de 70, onde o chamado “milagre econômico” produziu mesmo foi alta do PIB de maneira manipulada, concentração de renda em níveis recordes (aqui nasceram os grandes conglomerados brasileiros) , informalidade de sobra e inadimplência recorde, estamos prestes a viver em nosso país momento bem semelhante.

O PIB desde ano subirá de maneira manipulada, tendo em vista seu grau comparativo sempre ao ano anterior, o país flerta a olhos vistos com o desemprego e informalidade, e a inadimplência começa a dar suas caras nas mesas do cidadão brasileiro. Muitas famílias já precisam optar entre pagar as contas e alimentar suas bocas, numa clara e inequívoca preferência pela segunda opção.

Encerramos 2020, como um ano muito atípico. Em muitos sentidos. Lembro de ter escrito algo como: “a primeira linha de frente nessa guerra serão os profissionais de saúde. A segunda linha do pelotão seremos nós, os Advogados.”

O direito, por definição de regramento de sociedade está sempre atrás.

Crises econômicas são bem reconhecidas e antevistas por profissionais de justiça. Sentimos o cheiro antes mesmo de primeira conta não paga. Sim, pode parecer um pouco feroz, mas é o Tubarão sentindo o gosto do sangue na água. Sabe-se que tubarões sentem o cheiro com centenas de metros de distância.

Fato é que essa crise financeira que se inicia em 2021 já era por nós aqui da ZDL esperada.

O que vem agora?

Difícil saber. Possivelmente, será apenas mais uma de tantas crises econômicas que já passamos com aumento significativo de débitos e inadimplentes os quais se resolverão ao longo do tempo. Mas também pode ser que as coisas estejam mudando estruturalmente. Creio ser difícil retrocedermos no tempo ao ponto de não levarmos mais a gestão de nossos condomínios à sério.

Mais especificamente, falo daquilo que na minha cidade natal ainda existe muito, e chamamos de provincianismo. Gestão de inadimplência quando a porta já está arrombada, o caixa vazio e só resta a alternativa das penhoras e recursos infindáveis na Justiça.

Daqueles que nos procuram, ou pior procuram a qualquer um, sem critério nenhum de especialização, na vã esperança de que Advogados e Milagreiros cantem a mesma música ao final do filme.

Dos gestores de condomínios relapsos que não anteveem a curva da falta de caixa dobrando a esquina e preferem agir na remediação, do que na prevenção.

Mas isso não é privilégio de Santos, cidade de onde escrevo. Isso é privilégio de quem ainda não se atentou à todas as mudanças que estão no caminho.

Alguns síndicos, muito mais antenados e na vanguarda já perceberam que, ainda que estejam no comando do meu sonhado Maverick, (Link de Contato do site do escritório)  sem combustível ele não tem muita valia.

A vigilância das contas do condomínio deve ser constante. Deve existir um plano, traçado diretamente com o jurídico que previamente já acompanha as rotinas daquele condomínio para ser lançado tão logo os níveis começam a aumentar.

Régua de cobrança, política de realização de acordos, perfil conciliatório e meios de pagamento disponíveis estão no vocabulário dos principais síndicos deste país.

Isso deveria servir para todos, mas não serve. A profissionalização requer aceitação do novo, de métricas, de estudos, planejamento e um certo grau de humildade para que o aprendizado seja adquirido.

A partir desta pandemia existirão muitos graus de profissionalização condominial.

Haverá aqueles que tiveram a capacidade de reinvenção, de profissionalizar de verdade a gestão dos condomínios, a tal ponto de criar uma carreira promissora e sólida criando verdadeiros impérios de sindicatura. (Alô Sylvio Levy, olha o tão sonhado desejo das crianças em serem Síndicos Profissionais quando crescerem). Quem assistiu nossa Live na última terça feira entendeu o recado.

Haverá quem tem muita vontade de propor meios completamente reconhecidos pelo mercado de injeção direta de dinheiro no condomínio, com gestão jurídica personalizada e acompanhada mas não o fará por medo da rejeição e mudanças estruturais no padrão (Administradora/Condomínio).

Haverá também quem estagnará no tempo, nos mesmos moldes, fazendo tudo “na mesma praça, no mesmo banco…” onde esse negócio de gestão profissional de condomínios é balela e papo furado de Advogado Condominial sonhador.

De realidade mesmo, o que temos é que a inflação está cada vez mais perto, a concentração de renda só aumentou, a inadimplência explodiu, o paciente chamado condomínio começa a ter um quadro febril crônico e você, responsável, tem medo de contratar um serviço especializado de acompanhamento jurídico que pode sanar a gravidade da doença que bate na tua casa.

Melhor deixarmos a culpa e a responsabilidade para o curandeiro, para o mercado, para o Papa, para o advogado sem especialização e técnicas avançadas de negociação que a Administradora disponibiliza “gratuitamente” num conflito ético permanente e constrangedor.

O que eu estou te propondo é um controle de inadimplência feito por um escritório de Advocacia especializado, com regras e réguas delimitadas, bem antes dela explodir no seu condomínio. Sério, controlado, acompanhado, personalizado, e sem desculpas judiciais. Nos níveis da profissionalização condominial do ano de 2021.

Ou será que estaríamos de volta aos anos 1970? Você Gestor de Condomínios e Administrador decide.

Difícil mesmo vai ser abastecer o Maverick que você conquistou na eleição com a caixa vazio e a gasolina nesse preço…

Clodoaldo de Lima é Sócio da ZDL ADVOGADOS e coordenador da área de controle de inadimplência condominal.



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