da Folha de S.Paulo
A conta de água é a segunda maior fonte de gastos dos condomínios. “Em alguns casos, representa até 15% do valor da cota condominial. O aceitável é que fique entre 9% e 11%”, afirma José Maria Bamonde, gerente da Divisão Administrativa da Lello.
Os especialistas afirmam que, para economizar o insumo, o caminho mais eficaz é fazer com que os moradores sintam no próprio bolso o desperdício, pagando exatamente pelo que gastam.
Quando o consumo dos apartamentos é rateado entre todos os condôminos, cada um paga a média da despesa, mesmo gastando menos ou mais que o vizinho. Isso acontece na maioria dos prédios da cidade, que não têm medidores individuais de água.
Em alguns edifícios, uma iniciativa com bons argumentos diminui o desperdício em até 35%. Marley Almeida, síndica de um prédio em Pirituba (zona oeste), em São Paulo, conseguiu aprovar na assembléia a instalação do sistema de individualização da cobrança de água.
Combate à inadimplência
“Demorou, mas convenci os moradores de que a cobrança é mais justa e econômica”, relata. “Uma moradora veio me dizer que agora vai finalmente ser obrigada a consertar um vazamento em seu apartamento, para não ter que pagar um valor mais alto.”
Almeida também espera resolver dois problemas de uma só vez. Para tanto, a cobrança individualizada de água já vai somada na cobrança da taxa condominial de cada apartamento. Se o condômino não pagar a mensalidade –e, conseqüentemente, a conta de água–, terá o fornecimento interrompido.
“Alguns síndicos disseram que a inadimplência zerou nos edifícios que adotaram essa medida”, conta ela.
O corte de água do inadimplente, porém, pode ser contestado na Justiça. “Como o fornecimento de água é considerado um serviço público essencial, o condômino pode entrar na Justiça com esse argumento e impedir que lhe cortem o fornecimento”, explica a advogada Janete Lopes, da J. Lopes Advogados.
Fonte: Agência Câmara
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